Não viaja de propósito para conhecer hotéis, mas, quando é hóspede, há sempre pormenores que lhe chamam a atenção, ou não fosse gestora hoteleira. Cristina Cavaco, diretora-geral do Mama Shelter Lisboa desde 2022, levanta o véu sobre o que a atrai neste mundo. Sempre na primeira pessoa.
O que a atrai no universo da hospitalidade?
O universo da hospitalidade é atraente por várias razões. A interação humana: a hospitalidade proporciona a oportunidade de interagir e conectar com uma variedade de pessoas. Seja a trabalhar em hotéis, restaurantes, resorts ou eventos, há a chance de conhecer e ajudar pessoas de diferentes origens e culturas.
A criatividade: muitos aspetos da hospitalidade envolvem criatividade, desde o design de interiores de um hotel até à elaboração de um menu de restaurante. Se gostas de pensar fora da caixa e encontrar maneiras inovadoras de melhorar a experiência do cliente, a hospitalidade pode ser um campo gratificante. E o ambiente dinâmico: o setor da hospitalidade está sempre em movimento, com desafios e oportunidades constantemente a surgir. Se preferes um ambiente de trabalho dinâmico e diversificado, onde cada dia é diferente do anterior, a hospitalidade pode ser o ajuste perfeito.
O que é mais desafiante na gestão de um hotel?
Na gestão de um hotel, há diversos desafios que os gestores enfrentam diariamente. Para mim, existem três áreas fundamentais, Gestão de pessoal: lidar com uma equipa diversificada e garantir que todos os funcionários estejam motivados, treinados e alinhados com os objetivos do hotel pode ser desafiador. Gerir escalas de trabalho, lidar com questões de desempenho e manter um ambiente de trabalho positivo são aspectos importantes da gestão de pessoal. Controlo de custos: manter os custos operacionais dentro do orçamento é essencial para a rentabilidade do hotel. Isso inclui gerir despesas com mão-de-obra, manutenção e outras áreas operacionais, enquanto há um esforço para oferecer um serviço de qualidade aos hóspedes. E satisfação do cliente: garantir uma excelente experiência para os hóspedes é fundamental para a reputação e o sucesso do hotel. Isso envolve não apenas fornecer serviços e comodidades de qualidade, mas também lidar eficazmente com quaisquer problemas ou reclamações que possam surgir durante a estadia dos hóspedes.

Qual foi o pedido mais estranho que um hóspede lhe fez?
Uma vez, um hóspede solicitou que a equipa lhe preparasse uma “cama de nuvens” para ele dormir. Queria que a cama fosse tão macia e fofa que se sentisse como se estivesse a flutuar numa nuvem…
Viaja só para conhecer hotéis?
Viajo para me divertir, conhecer novas culturas e reenergizar. Conhecer hotéis faz parte, mas prefiro passar o tempo com as comunidades locais.
Quando é turista, consegue despir a pele de gestora hoteleira?
Pode ser desafiador desligar completamente o lado profissional, especialmente quando se está num ambiente de hotel como hóspede. Mesmo ao desfrutar de uma estadia como turista, é natural que uma pessoa com experiência em gestão hoteleira possa notar detalhes operacionais ou aspetos do serviço que podem não ser tão percetíveis para outros hóspedes. Mas, procuro sempre relaxar e desfrutar das minhas férias.
Poderia viver num hotel ou nem por isso?
Já o fiz, não o aconselho. É preciso sair da esfera laboral para nos podermos re-inventar e trazer novas ideias para a operação.
O que mais aprecia num hotel?
A capacidade e a resiliência das pessoas que escolhem trabalhar nesta indústria e que transmitem um serviço de excelência.
Pequeno-almoço de hotel: tudo a que tem direito ou um café e pouco mais?
Tudo! 😊
O que faz nas pausas da gestão do Mama Shelter? Quais os seus prazeres?
Normalmente, procuro atividades que me permitam relaxar e recarregar energias. Pode ser estar com amigos e família, sair para experimentar um restaurante novo a ir fazer uma caminhada ou ler um livro.