Pode dizer-se que o universo do vinho é borbulhante. Literalmente, porque há novos espumantes a chegar ao mercado, mas também porque não faltam novidades nos vinhos tranquilos. Do Tejo, do Dão e da Bairrada.
Grandes formatos
A Quinta da Lagoalva, localizada no Ribatejo, mesmo à beira do rio, acaba de apostar nos grandes formatos, ideal quando se reúne muita gente à mesa. E fazem-no com o topo de gama, Dona Isabel Juliana Reserva tinto 2021, que se apresenta agora em nove litros, somando às garrafas padrão, de 0,75l e às magnum, de 1,5l.
Esta é a quinta edição deste reserva, depois da estreia em 2009 e das colheitas de 2013, 2015 e 2017. Resulta de uma tríade de castas, em igual percentagem de Alfrocheiro e Touriga Franca e 20% de Touriga Nacional, vindimadas à mão durante o mês de setembro. Após três dias de maceração, a fermentação alcoólica ocorreu em lagares de inox, a 26.ºC. Seguiu-se a prensagem (hidráulica) das massas e a fermentação malolática, em barricas de carvalho francês novas e de segundo ano, onde estagiou durante 14 meses. Exibe uma cor granada, um aroma complexo a frutos pretos, chocolate e baunilha. Na boca, é descrito como tendo bom volume, com taninos elegantes, terminando longo e persistente.
Da colheita de 2017
Milésime Brut Nature 2017 é o mais recente espumante da Quinta d’Aguieira, que chega ao mercado em quatro mil garrafas.
Com enologia de Diogo Campilho, cruza as castas Chardonnay, Maria Gomes e Touriga Nacional, com produção segundo o método clássico champanhês – de forma lenta e a baixa temperatura, espelhado no aroma delicado, bolha muito fina e persistente. O estágio de cinco anos em garrafa permite “uma textura cremosa e um equilíbrio perfeito entre acidez e corpo”. No aroma, sobressaem notas de frutos secos, brioche e pão torrado. Em boca, destac.se a frescura, com persistência no final.
Localizada na região da Bairrada, a Quinta d’Aguieira é detida pela Aveleda desde 1997. Dos seus 21 hectares resulta um portefólio composto pelos vinhos Arco d’Aguieira Branco e Tinto, pelos Quinta d’Aguieira Branco e Tinto, pelo Espumante Quinta d’Aguieira e, agora, o Espumante Millésime Brut Nature.
Uma nova gama
Chama-se Porco Espinho e é a nova gama de vinhos da Cas’Amaro, apresentada como “uma verdadeira homenagem à tradição vinícola da região do Dão”. A estreia faz-se com um tinto e um branco, ambos da colheita de 2023, da Quinta da Fontalta, no concelho de Santa Comba Dão.
Produzido a partir de um blend das castas Alfrocheiro, Tinta Roriz e Jaen, o tinto apresenta como características uma cor rubi intensa e aroma a frutos vermelhos e a especiarias suaves. Na boca, é descrito como detendo uma estrutura firme, taninos bem integrados e um final prolongado.
Já o branco, é fruto das castas Malvasia Fina, Cerceal Branco e Bical. De cor limão clara e aroma floral com subtis notas de frutos de caroço, exibe frescura e estrutura, proporcionando um final de boca equilibrado e harmonioso.
Seis de 2016
A Quinta de Lemos, no Dão, deu a conhecer seis vinhos de uma colheita com oito anos. Com assinatura do enólogo Hugo Chaves, são eles o Dona Georgina 2016, Dona Santana 2016, Jaen 2016, Alfrocheiro 2016, Tinta Roriz 2016 e o Touriga Nacional 2016.
Com 100% casta que lhe dá o nome, o Alfrocheiro 2016 apresenta um denso aroma floral, a margaça e jasmim. Tem nota de boca equilibrada, com taninos presentes e saborosos. Outro dos monocastas é o Jaen 2016, com aroma a vegetais resinosos, boca volumosa e equilibrada, é fresco e persistente. Já o Tinta Roriz 2016 apresenta como notas de prova um licoroso de cereja e ameixa; tem uma boca densa e volumosa, com taninos cheios e envolventes; e um final robusto, firme e equilibrado. O quarto monovarietal é o Touriga Nacional 2016, que exibe um aroma fresco e floral de violeta. De boca cheia e vigorosa, termina fresco e persistente.
Nos blends, o Dona Georgina 2016 foi produzido com as castas Touriga Nacional (80%) e Tinta Roriz (20%). O seu aroma é maduro e balsâmico, com notas de frutos do bosque, ameixa, chocolate, tabaco e uma leve baunilha. Na boca revela-se volumoso, de taninos “sedosos e elegantes”. Já o Dona Santana 2016, composto pelas castas Touriga Nacional (60%), Tinta Roriz (20%), Jaen (10%) e Alfrocheiro (10%), apresenta notas de prova de fruta madura, leve floral, bosque e silvestre. No palato, possui taninos médios, deixando um final gastronómico.
De vinhas velhas
A Casa da Passarella assinala o regresso de duas gamas – Villa Oliveira, a primeira marca a ser criada, há mais de 130 anos, e O Fugitivo, coleção de vinhos disruptivos e irrepetíveis.
Assim, o Villa Oliveira Vinha das Pedras Altas 2017 nasce de uma vinha com mais de 90 anos, onde constam várias castas autóctones – Baga, Alfrocheiro, Touriga Nacional e Alvarelhão. O vermelho opaco é tom dominante em prova, com os aromas a frutos vermelhos a marcarem o palato de um vinho que consegue ser encorpado, fresco e elegante.
Também o Villa Oliveira Vinha Centenária Pai D’Aviz 2018 é fruto de castas nativas provenientes de uma vinha centenária, entre elas a Baga, o Jaen, a Tinta Amarela, a Tinta Pinheira. Este é um vinho de cor aberta, com notas aromáticas de frutas silvestres, terrosas, florais e ainda vegetais.
Já o Villa Oliveira Touriga Nacional 2018 expressa a vontade de fazer um monocasta de uma única vinha com mais de 80 anos. É um Touriga Nacional clássico – de perfil encorpado, fresco e elegante, frutos vermelhos com notas especiadas no nariz e um final de boca longo.
No que toca à irreverência, está presente no Fugitivo Pinot Noir 2021 e no Fugitivo Espumante Baga 2018.