Uma casa de família. É assim que se apresenta o restaurante Figueiral, em Almancil, com uma gestão familiar que já leva mais de três décadas. Aqui serve-se gastronomia com tradição, mas também com sofisticação. O ex-libris é a picanha, que, garante o filho dos fundadores, Ivan Gomes, não tem rival no Algarve.
É Cláudia Sousa, a mãe, o rosto acolhedor – de sorriso rasgado e palavra fácil, ainda com sotaque brasileiro – que recebe quem entra no restaurante. Foi em 1988 que cruzou o Atlântico para se juntar ao marido, que já abrira o Figueiral. E o negócio da família tornou-se um negócio familiar, na medida em que muitos dos elementos da equipa ali trabalham há anos, alguns há duas décadas. E familiar também porque os clientes regressam uma e outra vez.
Começou com poucas mesas, mas, entretanto, cresceu para duas salas que, em conjunto, podem sentar mais de uma centena de pessoas, a que se juntam os 80 lugares da esplanada. Cheia no verão, por estes dias já recolhida, porque a temperatura convida a desfrutar da salamandra interior.
Desde 2015 é Ivan Gomes que está à frente do restaurante. Faz questão de dizer que respeita o conceito familiar que lhe está na origem, tal como respeita a matéria-prima que serve. Mas, adicionou-lhe uma pitada de sofisticação, investindo na imagem e no marketing e inovando na carta. Assume que tornou os pratos mais instagramáveis, consciente do poder e do alcance das redes sociais.
Garante, no entanto, que não descura a qualidade. Seja a do serviço, seja a do produto. E, neste domínio, a picanha é incontornável. Assim é há 25 anos. Com uma diferenciação que, segundo o responsável pelo restaurante, começa na qualidade da carne e continua no saber-fazer da equipa, da cozinha à sala. É o que define como as várias peças do puzzle.
“Temos um posicionamento muito bom. No Algarve, não há nenhuma casa com esta qualidade de picanha. E, a nível nacional, acredito que serão poucas as casas que servem picanha ao nível da nossa”, sublinha.
A diferenciação está também no que apelida de “pequenos pormenores” e que beneficiam não só a picanha, como toda a carne que vai à mesa no Figueiral: o carvão, o sal – que, depois de comprado, passa por um processo de secagem de três dias –, a temperatura da grelha.
O resultado é “um produto final diferenciado”. “Não somos uma casa de rodízio. Trabalhamos apenas a picanha, embora seja servida com linguiça e maminha. A nossa é servida quente, cortada ao momento, junto do cliente”, reforça.
Não só de picanha vive o Figueiral, mas a carne é o fio condutor da oferta gastronómica. Há peixe também, como o linguado pescado na costa algarvia. O que os une é a qualidade do produto.
O estilo de cozinha, esse, é internacional. Tal como internacional é a clientela: portugueses rondam os 25%, no mais são irlandeses e ingleses, entre outras nacionalidades que procuram o Algarve e, em particular, a zona da Quinta do Lago para viver ou para férias.
Servindo apenas jantares, é de maio a setembro que o restaurante vive os seus picos de atividade. Janeiro é o mês de descanso, após o que Cláudia Sousa e Ivan Gomes voltam a abrir as portas desta sua casa.
Fátima de Sousa