Chama-se Conde 13 e não é por acaso. Afinal, fica no número 13 da Rua do Conde de Redondo, em Lisboa. Mas, o 13 persegue este lounge urbano criado pelo brasileiro Raphael e pelo alemão Torsten: são 13 as unidades, 13 os funcionários fixos, foi num dia 13 e às 13 horas que a escritura foi assinada.
Tudo começou em 2009, quando decidiram tirar um ano sabático da vida que partilhavam em Berlim. Iniciaram uma viagem de carro, com Moritz, o cão de ambos, quando, poucos meses depois, foram surpreendidos em Lisboa pela Covid-19. O que fazer? Ficar foi a decisão que tomaram e que os levou a procurar um edifício em que pudesse desenvolver um negócio. Pensaram, primeiro, numa residência sénior plus, mas o espaço que haviam identificado nesta rua não cumpria os regulamentos necessários. Já possuíam experiência no mundo do alojamento, pelo que foi para aqui que desviaram a rota.
Nasceu assim o Conde 13, um espaço com apartamentos, coffee shop, um restaurante e um rooftop. Com uma clara identidade inclusiva.
O mural que recebe quem entra é disso a prova. Pintado por Afonso Soul, representa uma mulher com vitiligo, uma doença dermatológica com elevado potencial de discriminar quem dela sofre pelo impacto visual. Além disso, foi vestida de uma forma que não permite tirar conclusões sobre as suas origens: pode ser europeia, pode ser asiática… Um cravo representa Portugal e a revolução, alguns animais remetem para o Brasil de Raphael.
A inclusão está patente na assinatura do espaço: we love all, we serve all. Os fundadores explicam que, ali, todas as pessoas são bem-vindas, seja para beber um simples café, seja para provar o vinho mais caro da carta; quer provenha de um bairro pobre ou de uma zona mais elitista.
Ao fundo, outra afirmação: gentileza gera gentileza. Raphael é porta-voz desta mensagem afirmando: “Quem chegar e não disser bom dia ou boa tarde, é melhor sair. Não atendemos pessoas que não sejam bem-educadas.”
O Conde 13 é pet friendly. Os fundadores são, aliás, padrinhos do Núcleo de Apoio aos Animais Abandonados de Sintra e uma vez por mês organizam um evento em que parte das receitas reverte para a organização. Raphael diz, a brincar, que só o cão Mortiz não é pet friendly. E, por isso, está presente apenas numa pintura.
Tal como o mural da entrada possui um símbolo nacional, também à mesa há marcas portuguesas: pratos, copos e talheres, por exemplo, são Vista Alegre. Com design simples, em contraste com o tropicalismo colorido da decoração, assinada por Torsten e em que pontuam materiais naturais e muitas plantas.
Português é também o vinho da casa, com a marca Conde 13, resultante de uma parceria com o produtor duriense Senhora Madre. Para acompanhar um menu pensado para agradar a toda a gente.
E assim é possível encontrar tacos de salmão, de camarão ou veggie; burrata e presunto; ou salada tropical. Mas também ovos benedict, com bacon ou com salmão fumado. Nos wraps, há opções com salmão fumado, frango e veggie. Entrando nos pratos principais, a escolha faz-se, nomeadamente, entre bacalhau á brás, lombo de bacalhau, linguine al nero com gambas e hambúrguer à 13.
De verão, o ex-libris é, claro, o rooftop. Para uma bebida a apreciar o pôr-do-sol, para uma refeição ou para prolongar a noite ao som da programação musical.