Um vinho que conta uma história. É assim que o produtor da Herdade do Rocim, Pedro Ribeiro, descreve o vinho de talha, deste modo justificando a adesão crescente ao Amphora Wine Day, cuja sétima edição aconteceu este sábado, 16 de novembro.
“A energia do vinho de talha e de ânfora está a atrair cada vez mais consumidores. Quando se dizia que era uma moda, eu brincava que era uma moda com dois mil anos e parece que se está a comprovar”, afirma.
Comprova-se também pela adesão de produtores: o espaço acolhe cerca de meia centena, mas o interesse é superior. Este ano, houve perto de 20 estreias, oriundas, nomeadamente, da Geórgia e dos Estados Unidos, de França e de Itália, bem como de Portugal.
“Há sempre novas pessoas que se querem juntar”, comenta, atribuindo este movimento ao facto de o vinho de talha e de ânfora ter uma identidade própria. “Bons vinhos há em todo o lado, mas estes não encaixam nos standards do vinho moderno, industrial”, sustenta.
“Apesar de ser uma técnica ancestral, há um renascimento, e para muitos produtores ainda é uma novidade”, acrescenta, encontrando no carácter experimental destes vinhos razão para este interesse.
É no Alentejo – que detém a exclusividade da designação “vinho de talha” – que Pedro Ribeiro produz o Bojador, um vinho tradicional que define como mais radical do que os vinhos do Rocim. “Sinto-me mais à vontade para experimentar”, partilha sobre esta aposta que pode ser provada em quase 40 países.