Uma homenagem ao Tejo, enquanto terroir e enquanto motor socioecónomico. É assim que se apresenta a nova marca da Adega do Cartaxo – Adega do Cartaxo Tejo. São dois monovarietais com as castas rainhas da região: Fernão Pires, no branco, e Castelão, no tinto.
Apresentados num evento em Lisboa, no dia 4, com o rio como fundo, os dois novos vinhos refletem o trabalho que a adega tem desenvolvido no sentido de diversificar o portefólio e acrescentar valor.
“O nosso mercado é um mercado de volume, mas estamos nele pela diferença, ao mesmo tempo que procuramos chegar a novos públicos com vinhos para o segmento médio e o alto”, enquadrou o diretor comercial, Fausto Silva, partilhando a intenção de corresponder ao desejo do consumidor de conhecer vinhos novos.
É neste contexto que surgem estes dois Tejo, cuja identidade gráfica remete para o rio e as suas paisagens: o branco, com tonalidades mais discretas, inspiradas no nascer do sol, e o tinto, com uma paleta mais intensa, refletindo o pôr do sol.
Este é, nas palavras do enólogo Pedro Gil, um vinho que mostra bem o melhor que uma cooperativa oferece, pela diversidade de associados e pela presença da melhor tecnologia. Mas, é igualmente, na sua perspetiva, a prova de que a região, e o Cartaxo em particular, possui “as uvas mais equilibradas do país”. “Não é necessário fazer correções se esperarmos pelas uvas e se as colhermos na altura certa. A enologia que se pratica na adega, a maior parte das vezes, é minimalista, não precisamos intervir muito”, evidenciou.
Promover as castas da região – e na adega existem mais de 20 – é o propósito da cooperativa a que estes dois vinhos dão continuidade. Diz Pedro Gil que Fernão Pires e Castelão são as mais versáteis, permitindo fazer desde bases para espumantes gaseificados (e, em breve, espumantes naturais) a colheitas tardias e licorosos.
No que toca ao Adega do Cartaxo Tejo Fernão Pires branco 2022, resulta de vindima mecânica, após o que as uvas foram totalmente desengaçadas e esmagadas. Seguiu-se uma maceração a frio, durante três dias, com levedura não saccharomyces (parabioproteção) e posterior fermentação alcoólica em barricas de 500 litros, durante três semanas a 16.ºC. O estágio fez-se em barricas, com batonnage, durante quatro meses.
Descrito como um branco estruturado pela presença do engaço na vinificação, apresenta cor palha, com o aroma a exibir notas de fruta tropical madura, flores brancas, laranja cristalizada, pêssego, marmelo e toque final de mel. Na boca, o sabor é intenso, frutado e fresco, com volume e untuosidade.
Já o Adega do Cartaxo TEJO Castelão tinto 2023 é fruto de uma colheita mais precoce das uvas, seguida de uma vinificação menos extrativa, a fim de ser obter um vinho frutado e fresco. A maceração a frio ocorre por três dias, com levedura não saccharomyces (bioproteção) e posterior fermentação em cuba de inox, a 20.ºC, também durante três dias.
De cor rubi, liberta um aroma intenso, com notas de fruta fresca do tipo amoras silvestres, framboesa e ligeiro toque vegetal. No sabor, é frutado e fresco, com tanino fino a conferir estrutura, persistência e bom final de boca.