O Café Gelo, em pleno Rossio, é um ícone da história e da cultura de Lisboa e propõe-se agora ser um ícone da gastronomia: é que ganhou nova vida como Gelo Cervejaria e Marisqueira.
A ementa visa refletir a história do espaço, mas adaptada às tendências contemporâneas. O destaque vai para o quarteto de bacalhau, com porções generosas para très ou quatro pessoas, incluindo o bacalhau com broa, à lagareiro, à minhota e à Brás.
Os amantes de carne têm à sua espera o T-Bone Miguel Torga: t-bone maturado acompanhado de batata frita e espargos.
Para quem prefere marisco, a paella Miguel de Cervantes combina arroz, camarão descascado, tomate cereja, pimentos, ervilhas e azeitonas, com opções de porção individual ou para duas pessoas.
O menu também inclui uma seleção de sete pratos de degustação, de que fazem parte pica-pau, amêijoas à Bulhão Pato, bacalhau com natas, sardinhas, arroz de mariscos, gambas ao alho e polvo à lagareiro.
Um café com história
Nasceu, em meados do século XIX como Botequim do Gonzaga, evoluindo depois para Café Freitas, mas foi como Café Gelo que ganhou notoriedade. Ao longo de décadas, foi ponto de encontro de figuras influentes da política, da arte e da literatura. No início do século XX, ficou conhecido como um centro conspirativo ligado à Carbonária. Foi dali que, a 1 de fevereiro de 1908, os revolucionários Alfredo Luís da Costa e Manuel Buíça partiram para concretizar o regicídio, assassinando o rei D. Carlos e o filho D. Luís Filipe.
Na década de 1950, tornou-se o epicentro do chamado Grupo do Café Gelo, um coletivo de escritores e artistas que se reunia ali em oposição à repressão do Estado Novo. Nesta época, simplificou o nome para Gelo.
Nas décadas seguintes, passou a incluir um snack-bar no interior. E, nos anos 1990, foi transformado numa hamburgueria. Em 2003, os novos proprietários restauraram o nome Café Gelo, reabrindo como pastelaria e restaurante. O último episódio desta história levou à sua conversão em Gelo Cervejaria e Marisqueira.