Foi há quase oito anos que o Mex Factory abriu. O nome não deixa muitas dúvidas – é mex de mexicano e factory do lugar que escolheu, a LX Factory, em Lisboa. E com o aniversário à porta, há mudanças a acontecer e novidades a descobrir, ou melhor, a provar.
A oportunidade de conhecer esta nova fase chegou numa quarta-feira de primavera com o inverno ainda colado – algum frio e alguma chuva acompanharam o caminho até à sala ampla, de traço industrial. A frieza do espaço é rapidamente desmentida pelo ambiente vibrante, com a música a misturar-se com as conversas que se soltam das muitas mesas ocupadas nessa noite.
Com um ringe de boxe ao centro, qual miradouro reservado, a sala exibe uma discreta decoração mexicana, com apontamentos aqui e ali em néon, sob uma iluminação quente. Também aqui haverá mudanças, mas só mais perto do aniversário.
Para já, a renovação vive na carta, com a promessa de maior autenticidade e proximidade ao “verdadeiro” México. A inspiração nasceu mesmo do outro lado do Atlântico, numa viagem em que a equipa do Mex partiu em busca de referências gastronómicas. Como conta Luís Roquette, um dos fundadores, foi uma descoberta guiada pelo crítico local Humberto Ballesteros, e permitiu explorar as raízes da tradição culinária mexicana.
No regresso, esta imersão cultural verteu para o menu, com o propósito de transcender os stereótipos da cozinha mexicana e criar receitas autênticas e apetecíveis com ingredientes frescos.
E porque nada melhor do que começar pelo princípio, a primeira alteração materializou-se na entrada, com o clássico pico de gallo a ceder o lugar às esquites – milho grelhado, maioneses de chipotle, requeijão, pimentão fumado e coentros, com totopos estaladiços a acompanhar.
Avançando na carta, chega-se às quesadillas e aqui são duas as novidades – a vegetariana, com a tortilha de trigo recheada de abóbora assada com tomilho, feijão preto, milho e queijo, e a de carnitas tradicional, com carnes de porco, queijo, e abacaxi com molho guajillo.
Nos tacos, são igualmente duas as estreias: pollo achiote – frango marinado em achiote, pimento vermelho, cebola roxa, chouriço, queijo abacaxi e coentros – e carnitas tradicional – com as tortilhas acompanhadas de carnitas de porco de longa cozedura, cebola e coentros.

Já na rúbrica clássicos, apresentam-se as quesadillas de camarão com pimentos e o taco de brisket com mole de goiaba, cebola e coentros.
Mas, porque nem só de quesadillas ou de tacos vive um restaurante mexicano, há pratos extra, digamos assim: pescado a la plancha, camarón a la diabla, e bistek con queso. Todos com tortilhas, claro.
A viagem feita ao México trouxe, igualmente, uma nova sobremesa – torta três leches de chocolate. Deixando, no entanto, lugar reservado para os incontornáveis mini-churros com doce de leite.

É com estas mudanças que o Mex Factory entra em contagem decrescente para o oitavo aniversário. A nova carta – diz Luís Roquette – traduz o compromisso de trazer para Lisboa a verdadeira culinária mexicana. O convite é, pois, para redescobrir o restaurante.