Bruno Antunes acredita que os olhos também comem e que um chef é um artista que faz arte todos os dias. Tendo como paleta é a do Independente Hotels & Hostels, grupo com presença no Porto, em Lisboa e na Comporta, de que é chef executivo, é aqui que mostra as suas preferências por pratos elegantes. Uma conversa com sabor para ler nas linhas seguintes.
Os olhos também comem? Porquê?
Os olhos também comem, porque uma boa apresentação de um prato transmite várias mensagens inconscientemente. Um prato cuidado e bem-apresentado passa a mensagem de que houve uma equipa que tem uma preocupação extra em tudo o que faz. Um prato cuidado e bem-apresentado mostra que houve uma equipa profissional por trás, ao mesmo tempo que o cliente se sente especial por receber um prato que foi cuidadosamente preparado para si.
Quando vai a um restaurante, o que chama primeiro a atenção num prato?
Sem provar, a apresentação. A provar, o sabor.
O que vem primeiro – o sabor ou o aspeto?
Sabor.
Torce o nariz a um prato se não for visualmente apelativo?
De certa forma… Já vou comer de pé atrás.
Um chef é um artista?
Sim, um chef é um artista que faz arte todos os dias. E todos os dias começamos a pintura do zero, com a agravante das variáveis que aparecem na cozinha diariamente e que é preciso contornar.
O que o inspira quando pensa num prato do ponto de vista do empratamento?
Não gosto de pratos muito confusos. A elegância de um prato inspira os meus empratamentos.
O que define a(s) cozinha(s) do Grupo Independente?
Tentamos ser abrangentes a vários grupos etários, e gostamos de trabalhar para clientes locais, oferecendo qualidade a um preço justo, mudando conceitos de unidade para unidade.
Uma palavra que o descreva como chef e porquê
Humildade, porque tenho conhecimento suficiente para perceber que tenho muito que aprender. Parafraseando, “só sei que nada sei” e, quanto mais souber, menos saberei.
Qual foi o prato/produto mais estranho que já provou
Formigas.
Há algum alimento a que torça o nariz?
Alcachofras.
O que mais gosta de cozinhar e porquê.
Qualquer proteína que seja criada e alimentada no seu habitat natural. Torna-se um luxo trabalhar e cozinhar com proteínas orgânicas\selvagens; o sabor e a qualidade nutricionais são incomparáveis. E é cada vez mais difícil encontrar animais cuja alimentação não seja ração ou produtos processados.
Até onde vai para conhecer um restaurante?
Depende da experiência que procure, mas se estivermos a falar de uma experiência gastronómica de alto nível, que me marcará para sempre, vou a qualquer lado do mundo.