É verdade que os olhos também comem, mas na Hamburgueria do Bairro o que os olhos veem primeiro é uma ardósia gigante tatuada a branco com a ementa. E que em janeiro se rendeu à moda dos smash burgers.
Os hambúrgueres esmagados, como soe dizer-se em bom português, vieram para ficar. Na cadeia criada há 12 anos por Diogo Branco não há dúvidas disso: no mês em que estiveram como que à experiência, para afinar pormenores da receita, foram de imediato catapultados para o top 3.
São dois hambúrgueres de 90 gramas cada, com a carne fornecida por um produtor espanhol. Uma exceção à regra da casa de privilegiar produtos nacionais, o mais locais possível, que é explicada pelas características da carne: com mais gordura do que a nacional, oferece uma maior suculência quando é esmagada na chapa. E suculência é um atributo que assenta bem nesta dose dupla em pão brioche, com queijo cheddar, pickles, cebola, ketchup e mostarda.

Na ardósia que recebe os vizinhos em cada um dos 12 restaurantes o smash burguer não está sozinho: há mais cinco novidades. Entre elas, uma pensada para os fãs do Piu-Piu, o hamburger de frango que agora ganha uma nova pele – panada. No mais, mantêm-se os 120 gramas, a alface, o tomate, os cogumelos confitados, o queijo brie e o molho de mostarda e mel. O extra é dado pelo toque crocante, que também pode ser saboreado em salada.


Para quem gosta do “bairro”, mas dispensa a carne, a hamburgueria melhorou a receita do Vegeta e criou a Salada Mediterrânea, descrita como um prato de conforto que junta quente e frio (folhas verdes, tomate cherry, mix de legumes grelhados, cogumelos confitados, pesto, amêndoa tostada e maionese de ervas) ao Vegeta grelhado (com feijão vermelho, beterraba e figo).


Promovido na ementa foi o HB Clássico, uma edição limitada que esteve disponível em dezembro, mas que conquistou os fãs de hambúrgueres em pão brioche: são 160 gramas brutos, alface, cebola roxa, queijo cheddar e molho clássico caseiro, que agora se podem pedir em qualquer altura.
O “bairro” dá ainda as boas vindas a uma nova sobremesa, a tarte de lima, que adiciona frescura e acidez à refeição. E acolhe, também, uma nova bebida: 50/50. O nome deixou os clientes curiosos, mas a explicação é simples: junta groselha e limonada em doses iguais. É também simples a sua razão de estar na ementa: é uma das bebidas preferidas do mentor do projeto, remetendo para as suas memórias.


Com lugar garantido na carta estão o “Do Bairro”, com os seus 160 gramas de carne brutos na companhia de agrião, tomate, queijo edam, bacon e ovo, e o “Caco”, a mesma dose de carne, mas harmonizada com rúcula, tomate frio, queijo brie e manteiga de alho, em bolo do caco artesanal. E, aqui, Diogo Branco frisa o “artesanal”: o bolo do caco é feito à maneira tradicional, na chapa, com batata doce na receita, à prova do paladar de qualquer madeirense.
Esta é uma história que se começou a cozinhar numa loja com apenas 16 lugares, no Príncipe Real, exígua para o sucesso e exígua para a ambição. Hoje, a empresa integra 150 pessoas, mas o seu fundador e CEO garante que há princípios de que não abre mão: e entre eles está a frescura e qualidade dos produtos.
Há 12 anos a fazer hambúrgueres, o “bairro” quer expandir-se e há planos para chegar às 30 ou 40 lojas. Para já, apenas na região de Lisboa.
Fátima de Sousa