O verão chegou oficialmente e para receber a nova estação nada melhor do que um brinde com um dos novos vinhos portugueses. Já demos nota de algumas das novidades, mas há mais. Descubra-as.
Da Amada
São quatro os lançamentos da alentejana Herdade da Amada: um branco 2023, um Touriga Nacional 2022, um Syrah 2022 e um Alicante Bouschet 2022. Localizado em Elvas, este produtor caracteriza-se pelas vinhas plantadas pelo método tradicional de enxertia.
“O projeto da Herdade da Amada é diferenciador, por diversas razões, nomeadamente pela aposta na inovação e sustentabilidade, e a nossa visão focada na vinha e no campo. Os vinhos que produzimos espalham modernidade e leveza, mostrando um novo Alentejo”, comenta a administradora Helena Marvanejo de Carvalho.
O Herdade da Amada Branco 2023, é composto pelas castas Roupeiro (36%), Verdelho (24%), Arinto (22%) e Fernão Pires (18%), apresentando, segundo o produtor, “um perfil aromático jovial e convidativo”, com destaque para a fruta de polpa branca, amarela e leve tropicalidade. Estagiou durante seis meses em inox, sendo descrito como um branco com frescura e versatilidade.
Quanto ao Herdade da Amada Touriga Nacional 2022, é um tinto com um tom violeta-ruby profundo, com um nariz de grande elegância e um carácter varietal limpo, fresco e balsâmico, com destaque para a framboesa fresca, casca de laranja e violetas. Dois terços do lote estagiaram em inox sobre borra fina e um terço em barrica nova de carvalho francês, durante um ano, e, após o engarrafamento, descansou nove meses em garrafa até entrada no mercado.
Com um estágio semelhante, o Herdade da Amada Syrah 2022 exibe um tom púrpura-ruby profundo e um aroma intenso. Com notas florais de pimenta rosa, em boa harmonia com bagas silvestres, como o mirtilo, mostra-se apimentado e com personalidade.
Por último, o Herdade da Amada Alicante Bouschet 2022, com uma cor ruby, retinto, profundo, apresenta um perfil aromático puro, e é concentrado, rústico e balsâmico, com bergamota e cassis na linha da frente, madeira bem integrada, e leves nuances de tinta da china.
Três verdes
O produtor Paço de Teixeiró, localizado na sub-região de Baião, tem três novas referências. A primeira é o Teixeiró Avesso 2023, um monovarietal que apresenta aromas frutados e minerais. Caracterizado por um aroma fresco que harmoniza com notas cítricas e nuances de frutas de caroço delicadas, este vinho, de cor verde citrina, evidencia uma harmonia entre a acidez e o corpo que o torna envolvente e incrivelmente persistente.
O outro monovarietal, o Teixeiró Alvarinho 2023 revela notas frescas, elegantes e convidativas. Com aromas delicados, que combinam notas de frutas de caroço com um toque cítrico de toranja e nuances tropicais, este é um vinho que se caracteriza por uma complexidade e volume na boca. O seu final é envolvente e fresco.
Já o Teixeiró 2023 resulta da combinação das castas Avesso, Loureiro e Alvarinho, destacando-se pelo seu aroma fresco e frutado com notas cítricas e florais. Na boca, revela um paladar leve e refrescante com um final persistente e levemente efervescente.
Fugitivos do Dão
A Casa da Passarella, no sopé da Serra da Estrela, coloca no mercado três novas referências da sua gama Fugitivo, todas monovarietais.
Assim, o Fugitivo Baga 2018, que estagiou 36 meses em tonel, e, posteriormente, em garrafa, revela notas de frutos silvestres conjugadas com apontamentos de tabaco e, em prova, “mostra-se elegante e delicado, com uma persistência impactante”.
Já o Tinta Amarela 2018 estagiou 24 meses em barricas novas e de segunda utilização. Caracteriza-se pelas notas vegetais e pelas especiarias, entre elas a pimenta preta.
Com estágio semelhante, o Tinto-Cão 2019 define-se pelos aromas de frutos vermelhos, intercalados com notas vegetais, sendo que “os taninos bem presentes coexistem com a delicadeza de perfil.
Os mais novos
As mais recentes colheitas do produtor alentejano Mainova também já chegaram ao mercado.
“Estamos entusiasmados por apresentar as novas colheitas, que representam não só a excelência do terroir português, mas também o compromisso com a inovação e a sustentabilidade”, afirma a fundadora Bárbara Monteiro.
É o caso do Branco 2023, um vinho refrescante e aromático. E do Tinto 2021, robusto e encorpado. Já o Verdelho 2023 combina a frescura da casta com o carácter distintivo da região. E o Moinante Rosé Castelão 2023 é delicado e versátil.
De volta
A Adega do Cartaxo associou-se à celebração da segunda edição do Dia da Fernão Pires, que se assinalou a 20 de junho, com o relançamento de um vinho com quase duas décadas: o Bridão Fernão Pires branco 2007. São apenas 150 garrafas.
Este é branco com 17 anos, mas que, segundo o produtor, passaria por um vinho mais jovem e que ainda promete alegrias em anos vindouros. Possui uma frescura evidente – proporcionada pelas excelentes características edafoclimáticas da sub-região do Cartaxo, onde a acidez beneficia muito a evolução dos vinhos. Com notas químicas e de querosene , revela aromas de funcho, ervas secas e frutas caramelizadas, num conjunto com um excelente volume de boca e uma acidez ainda vibrante.
Um espumante privado
O produtor Anselmo Mendes lança a nova colheita do Alvarelhão Private Espumante Rosé. É descrito como primando pela complexidade, com uma cor rosa leve e uma bolha fina e persistente.
Produzido através de uma parcela da Quinta do Rabo de Cuco, localizada em Monção, a colheita foi feita precocemente para garantir um vinho base com elevada acidez e baixos níveis de açúcar. As uvas foram prensadas inteiras para extrair um mosto de qualidade superior e a fermentação ocorreu a 16°C, ao longo de 20 dias, seguida por um período de estágio em borras finas. O método tradicional aliado a um estágio em garrafa de nove meses contribuiu, segundo o produtor, para a sua complexidade e elegância.
Dos calhaus rolantes
Há um novo Reserva das Pedras, a gama da Quinta da Alorna que resulta das vinhas plantadas em solo de seixos deixados pelo rio Tejo. Trata-se do Tinta Miúda 2020, cujo aroma fresco a mentol remete precisamente para o local da vinha, rodeada de eucaliptos.
Com um estágio de 70% em barricas de carvalho francês usadas durante 12 meses, resulta da colheita de 2020, na qual se verificou um comportamento excecional da Tinta Miúda. Engarrafado em 2022, apresenta uma nota de flores silvestres típica da casta.